Contraste

Talvez seja 14h ou 15 hr, não sei. É meio difícil saber quando não se tem vontade de saber. Eu estava escutando uma playlist que achei no Insta: Bardo; mas por algum motivo a música não tinha nada a ver com as outras. Acho que o nome era “By the Sea”, o que ela queria dizer ou quem a compôs, não me vinha ao caso.
Acabei desviando o olhar da página. Um simples movimento que me tocou. Isso pois o dia estava particularmente bonito; notei alguns insetos nas proximidades, o passar dos meus dedos ao tocar a grama, o beijo delicado do sol trazendo um abraço aconchegante. A brisa suave embalava embalava as folhas das árvores carregadas de bergamotas; enquanto trazia um friozinho explicado pela chuva do dia anterior.
Ao meu lado, Diana. Aproximei uma cadeira para ela e agora não saíra mais dali. Minha mão ia e vinha fazendo cafuné nas suas costas peludas. Seu ronronar baixo me roubou um sorriso; roubaria de qualquer um, é por isso que os gatos que mandam nos humanos e não o contrário.
Ao olhar pro céu, observei o voo de um pássaro, sua liberdade me deixou cativada. Depois de apreciar a imensidão daquele mar tão azul sem fim, outro felino apareceu em meu campo de visão. Era Anakin: um gato, no passado, grande e esbelto. Porém, agora procurava alimento nas lixeiras da vizinhança.
Um contraste. Analisei o contraste que existia no mundo. Na mesma tela a beleza de uma tarde de domingo coexistia com a gome, um detalhe que me despertava uma pontada de lamento. “A vida é sempre assim complicada?” Dizia uma personagem do livro que estava lendo. Talvez só o que nos resta fazer é escolher ver o que está ao nosso redor.
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