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Desvairada

milenakammer3

Então é assim que acaba. Larga-se tudo por algo, esperando que retribua-se, mas não se espera que seja a dor indesejada.

Por que sempre parece que as decisões tomadas são as equivocadas? O acaso seria melhor. E depois de muito sentir, ela achou que nada mais desejaria queimar. Nada mais. Mas... Isso é uma cela sem portas. Não tem como não ver o que lhe custa a vida.

Num sábado de madrugada qualquer pensando como todos os seus objetivos são em vão se não objetivos alheios para se distrair. Nunca basta os seus. Nunca basta uma meta. Sempre será dobrada até que alguém prove algo que lhe valha mais.

Mais e mais os brilhos dos seus olhos ofuscam a razão, ofuscam a verdade, ofuscam o que ela carece. Não é de uma paixão vã, ou de uma amizade terçã.

Não... Ela quer mais que palavras, ela quer poder viver sem escrever, chorar sem cansar, ela quer mais e mais de algo que nem se quer existe. Algo que, na manhã seguinte será só um vestígio de um incômodo pensamento. Ela fez pior. Mas a inveja da liberdade não mensura. Ela só clama e clama por mais. Ela diz em tons de melancolia que não é justo. Por que haveria de ser ela?

Porque ela não quer se culpar pelos próprios homicídios. Homicídios de suas próprias mãos, responsáveis por assassinarem suas próprias esperanças, sonhos, sorrisos de uma época sem dor. Época em que se ansiava por experiência, Experiência que agora a amedronta, que agora a faz perder na esquina a vontade de achar o caminho.

 
 
 

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